Hoje, enchi o peito de ar e atravessei a nado a torrente do pensamento.
Por entre ondas de espuma, tornei a ver-te espalmado no ecrã do cinema. Nasalado e sibilante apregoavas por entre orelhas as virtudes do arlequim, desta vez, azul.
Desentendi o teu discurso. Era como água decidida do rio que corre apressada e procura incessante o mar. Nada mais importa.
Desenhei cuidadosamente o sorriso e por fim sorri. Senti-me incompleto. Tive saudades de Gioconda.
Voltei a sorrir. Não, só ela sabe. Só ela, quieta e muda, sabe construir aquele sorriso sempre, de sempre, para sempre.
Mas afinal, porque sorris ainda Gioconda?
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